segunda-feira, 12 de abril de 2021

COMEX PARAENSE - PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021 - COMPARATIVO TENDÊNCIAS DÉCADA 2011 - 2020

COMEX ESSENCIAL

EXPORTAÇÕES PARAENSES

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021 - COMPARATIVO TENDÊNCIAS DÉCADA 2011 - 2020

DESTINOS ÁSIA(exclusive Oriente Médio) E DEMAIS BLOCOS COMERCIAIS







COMEX PARAUARA - 1º TRIMESTRE 2021

EXPORTAÇÕES TOTAIS NO REFERIDO TRIMESTRE:

US$ 6.432.856.962


EXPORTAÇÕES COM DESTINO AO BLOCO COMÉRCIAL ÁSIA (exclusive Oriente Médio), REPRESENTANDO 72,77277408% DO TOTAL DAS EXPORTAÇÕES DO ESTADO DO PARÁ NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021

US$ 4.681.368.464

DESTINO ÁSIA (exclusive Oriente Médio)

A participação desse bloco comercial na pauta exportadora parauara vem crescendo ao longo da década, encerrada no ano de 2020, sendo que, de forma acentuada, a partir do ano de 2017, tendo no ano de 2020 ficado em 73,88861625% e pelos dados do primeiro trimestre de 2021, parece continuar a observar essa tendência.












DEMAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES PARAENSES

NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021, AS EXPORTAÇÕES PARA OS DEMAIS DESTINOS, FORA ÁSIA, PERFIZERAM O MONTANTE DE

US$ 1.751.488.492, CORRESPONDENDO AO PERCENTUAL DE 27,22722592%, DO TOTAL DAS VENDAS EXTERNAS DO PARÁ, NO REFERIDO TRIMESTRE.


ANO DE 2020

Em 2020 essa participação ficou em 26,11138375%, seguindo uma trajetória de baixa que se acentuou a partir do ano de 2017, sendo que no início da década esse percentual era muito maior, com uma média acima de 40%, com um pico de alta em 52,58457124%, no ano de 2015.


DÉCADA 2011 - 2020

EXPRESSIVAS QUEDAS DE PARTICIPAÇÃO DOS DEMAIS DESTINOS DA EXPORTAÇÃO DO PARÁ, NÃO SOMENTE EM PERCENTUAIS, MAS EM VALORES ABSOLUTOS EM BILHÕES DE DÓLARES DE FRUSTRAÇÃO DE VENDAS.

No ano de 2011, as exportações para os demais destinos, exclusive ÁSIA, foram de US$ 8.181.433.719 e no ano de 2016 de apenas US$ 4.795.598.185, sendo que, a partir de 2017 até 2020, ficaram em pouco acima de US$ 5 bilhões de dólares, ao ano.


COMEX - DESTINOS - DÉCADA DE 2010-2020



COMPARATIVO DAS MÉDIAS PERCENTUAIS DE PARTICIPAÇÃO DOS DEMAIS DESTINOS (EXCLUSIVE ÁSIA), NO TOTAL ANUAL DAS EXPORTAÇÕES PARAENSES, AFERIDAS EM DOIS QUINQUÊNIOS DA DÉCADA DE 2011 A 2020 


No comparativo entre as médias dos dois quinquênios da década de 2011 a 2020, temos:

PRIMEIRO QUINQUÊNIO DA DÉCADA (2011 - 2015)

MÉDIA DAS EXPORTAÇÕES ANUAIS DEMAIS DESTINOS(EXCLUSIVE ÁSIA):

US$ 6.847.160.069

SEGUNDO QUINQUÊNIO DA DÉCADA (2016 - 2020)

MÉDIA DAS EXPORTAÇÕES ANUAIS DEMAIS DESTINOS (EXCLUSIVE ÁSIA):

US$ 5.316.130.184

 

DEFASAGEM NO COMEX PARAENSE, EM RELAÇÃO AOS DEMAIS DESTINOS (EXCLUSIVE ÁSIA)

Essas médias comparativas nos quinquênios indicados evidenciam uma significativa retração anual nas vendas externas paraenses para os demais destinos, exclusive ÁSIA.

Em síntese, em que pese as exportações totais do Pará estejam apresentando significativos aumentos, no curso da década de 2011 a 2020, notadamente após o ano de 2016, as exportações para os demais destinos, exclusive ÁSIA, vêm apresentando reduções anuais, na média de  - US$ 1,53 bilhão de dólares


MARCAS RECORDES NAS EXPORTAÇÕES E NO SUPERÁVIT DA BALANÇA COMERCIAL PARAENSE

Concomitante às expressivas perdas ou retrações havidas nas exportações com destinos aos demais blocos comerciais, exceto ÁSIA, acentuadas a partir da segunda metade da década de 2011-2020, o Estado do Pará logrou, de forma inédita, ultrapassar em suas exportações totais do ano de 2020, a marca dos US$ 20 bilhões de dólares, assumindo no ranking nacional dos estados exportadores, a quarta posição e, pelo segundo ano consecutivo (2019-2020), manter a primeira posição entre os estados superavitários na exportação. E no corrente ano de 2021, parece preservar essa tendência.

Óbvio que tais extraordinárias e alvissareiras marcas atingidas no COMEX paraense devem ser objeto de justificados regozijos, bem como as relações comerciais com o bloco comercial ÁSIA devem ser incrementadas e, se possível, com uma diversificação de pauta para produtos de maiores valores agregados, a exemplo das exportações de Carne bovina resfriada/congelada para a China, que de 2019 para 2020 tiveram expressivo aumento, passando, respectivamente, de US$ 247 milhões de dólares, para US$ 414 milhões, o que pode ser considerado um notável feito, se comparadas com as exportações do boi vivo, que no mesmo período tiveram significativas reduções.

No entanto, ainda que se fomente essa diversidade de pauta para o mercado asiático, não se deve, de modo algum, descuidar dos demais destinos, notadamente pelo fato assaz relevante de que nesses outros mercados não há preponderância de commodities minerais e agrícolas, como do asiático.

 

 CONCLUSÃO

A defasagem na pauta de exportações paraenses para os demais destinos, exclusive ÁSIA, deve merecer uma acurada atenção, tanto por parte das entidades empresariais, como pelos órgãos governamentais, de maneira que se procedam estudos para identificar, de forma detalhada, quais os destinos (blocos e países) que tiveram maiores retrações de vendas e os produtos de nossa pauta produtiva que foram mais afetados, bem como quais os municípios que mais sofreram perdas nas suas pautas de exportações.

Devem, também, ser identificados e mapeados outros fatores que estejam afetando a dinâmica dessas exportações, a exemplo de entraves burocráticos, logísticos e de infraestrutura.

A obtenção dessas informações poderá viabilizar um mapeamento que servirá de guia para planejamentos e decisões, tanto no âmbito privado como governamental, objetivando mitigar ou debelar as causas, bem como orientar decisões que venham a incrementar a nossa pauta exportadora para esses blocos comerciais. 

ABRIL 2021


Aurelino Santos Jr








ARCO NORTE DA LOGÍSTICA AMPLIAÇÃO NO MOVIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE GRÃOS ENTRE 2019 E 2020

 

ARCO NORTE DA LOGÍSTICA

AMPLIAÇÃO NO MOVIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE GRÃOS ENTRE 2019 E 2020

De 2019 para 2020, os portos do ARCO NORTE ampliaram sua participação na exportação nacional de grãos, saindo de 28,8% em 2019, para 31,8%, em 2020, aumentando, respectivamente,  de 37.326.226 tons para 42.319.087 tons, empatando com o porto de SANTOS-SP, o  maior do país na exportação de grãos, que ficou em 42.163.280 tons.

A denominação de PORTOS DO ARCO NORTE abarca desde os portos exportadores de Itacoatiara, no Amazonas, até o de Ilhéus na Bahia, tomando-se como parâmetro de demarcação os portos que se localizam ao Norte geográfico do Paralelo 16", que passa nas imediações da cidade de Lucas do Rio Verde-MT

O aumento da participação dos PORTOS DO ARCO NORTE, nas exportações brasileiras de grãos, tem seguido uma tendência que se originou a partir da expansão da fronteira agrícola para o Norte do Estado do Mato Grosso e para a região conhecida como MATOPIBA, que compreende as iniciais dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Tal tendência acentuou-se na década de 2011-2020, fortemente impulsionada pelo congestionamento dos portos da Região Sudeste, assim como pela maior distância desses portos das novas áreas plantadas, agravada, ainda, pela precariedade do transporte ferroviário e pela forte dependência da matriz rodoviária no acesso aos referidos portos, o que motivou a decisão por investimentos na rota norte em direção aos rios da Amazônia, com a construção de uma infraestrutura de transbordo rodo-fluvial no rio Tapajós, com acesso pelas Rodovias BR-163 e BR-230 (Estações de transbordo de Miritituba), na rota fluvial Tapajós/Amazonas em direção aos portos de Santarém-PA, Barcarena-PA e Santana-AP, além de outra rota pelos rios Madeira/Amazonas, via Porto Velho-RO até o porto de Itacoatiara-AM, esta pioneira na opção ARCO NORTE Amazônico.

Pela citada região do MATOPIBA, o incremento deu-se pela entrada em operação da parte setentrional da Ferrovia Norte-Sul, entre Porto Nacional-TO e Açailândia-MA, com direitos de passagem pela Ferrovia de Carajás até o porto de ITAQUI-MA.

A virada para o ARCO NORTE tem configurado uma tendência crescente e aparentemente irreversível para viabilizar a exportação com menor custo logístico da produção agrícola do Mato Grosso e da região do MATOPIBA, em que pese para o lado da Região Sudeste os investimentos tenham voltado a se intensificar, notadamente, os ferroviários, com a modernização e expressiva ampliação, já em curso, da capacidade operacional da Malha Ferroviária Paulista e sua interligação com a Malha Norte (atualmente até Rondonópolis-MT, mas com projeto de extensão mais ao Norte, até a cidade de Sorriso-MT, no miolo do Agro do Mato Grosso),bem como com o Tramo Sul-Rumo da antiga Ferrovia Norte-Sul e na ampliação e modernização da infraestrutura portuária daquela região. Investimentos esses públicos, mas desta feita também privados e de grande monta.

Os cenários estão em movimento.

Abril 2021

ASJ


P.S. No quadro demonstrativo das exportações, via portos, não foram elencadas as instalações portuárias do rio Tapajós, em Miritituba, no município de Itaituba e Santarenzinho-Rurópolis-PA, tampouco o porto de Porto Velho no rio Madeira, que mesmo sendo portos amazônicos localizados no ARCO NORTE e  movimentando milhões de toneladas de grãos, tão-somente, funcionam como estações de transbordo rodo-fluviais, de grãos destinados a portos de exportação, sob pena de, ao incluí-los nas estatísticas, equivocadamente, computar-se em duplicidade as toneladas de grãos neles movimentadas o que poderia levar à falsa ideia de que o chamado ARCO NORTE estaria exportando maiores quantidades de grãos do que realmente está.


Fontes do quadro:

ANEC -  Associação Nacional dos Exportadores de Cereais

https://anec.com.br/

Estatísticas ANEC:

https://anec.com.br/uploads/ckjlur6kg000k5stx5u89bux3.pdf?fbclid=IwAR3wSGGhh5t8Dac5x72boLkuS0TOPxn3T6VpAOtKwDXlg6grMS5ODnCGWLc



P.S. 2  

Links relativos ao tema:


1) PORTOS E NAVIOS

Portos amazônicos vão desbancar os do restante do País no transporte de grãos


Link:

https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/portos-amazonicos-vao-desbancar-os-do-restante-do-pais-no-transporte-de-graos?utm_source=newsletter_9703&utm_medium=email&utm_campaign=noticias-do-dia-portos-e-navios-date-d-m-y

EXCERTO DA MATÉRIA:

"Todos os olhos se voltam para o Norte. Pela primeira vez, os portos do chamado “Arco Norte”, localizados na região amazônica, desbancaram a preferência dos gigantes do Sudeste e Sul do País e se igualaram como destino dos grãos, com 50% cada, se considerada a movimentação portuária verificada em 2020 pelo agronegócio. A expectativa é que, neste ano, a movimentação nesses portos ultrapasse a do restante do País, já que a média de avanço anual tem sido de 4%."



2) CNN

Portos amazônicos vão desbancar os do restante do país no transporte de grãos

Portos do chamado Arco Norte se igualaram com outros do sul e sudeste como destino da produção

Estadão Conteúdo
11 de abril de 2021 às 16:54

Link:

https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/04/11/portos-amazonicos-vao-desbancar-os-do-restante-do-pais-no-transporte-de-graos?utm_source=social&utm_medium=facebook-link&utm_campaign=business--cnn-brasil&utm_content=link&fbclid=IwAR1GunBexTivu2fK0kR5aG1KrNH2j9WruoQ6ZMl4VtD2kHZSOC7annUPFjw


EXCERTO DA MATÉRIA:


"Todos os olhos se voltam para o Norte. Pela primeira vez, os portos do chamado “Arco Norte”, localizados na região amazônica, desbancaram a preferência dos gigantes do Sudeste e Sul do país e se igualaram como destino dos grãos, com 50% cada, se considerada a movimentação portuária verificada em 2020 pelo agronegócio. A expectativa é que, neste ano, a movimentação nesses portos ultrapasse a do restante do país, já que a média de avanço anual tem sido de 4%.

Até dez anos atrás, terminais portuários de cidades como Itaituba, Santarém e Barcarena (PA), Santana (AP), Itacoatiara (AM) e Porto Velho (RO) eram tratados como “experiências” logísticas pela maior parte dos produtores de Mato Grosso, dada a precariedade - ou mesmo a inexistência - da infraestrutura de acesso aos terminais. Hoje, esses endereços se consolidaram como alternativa aos terminais de Santos (SP) e Paranaguá (PR)."