quinta-feira, 13 de maio de 2021

AGRONEGÓCIO DE GRÃOS - ARCO NORTE X ARCO SUDESTE

 



ARCO NORTE X ARCO SUDESTE

As duas telas capturadas de matérias veiculadas na Internet, objeto desta abordagem, retratam cenários projetados sobre a exportação do agronegócio de grãos do Centro-Oeste brasileiro, comparativamente, nas opções Portos do Arco Norte, especificamente, os da Amazônia e do Maranhão, em relação aos portos da Região Sudeste, que cognominamos de ARCO SUDESTE, com enfoque para o porto de Santos-SP.

Ferrogrão & Malhas Ferroviárias Norte/Paulista

No primeiro mapa há um comparativo projetado com as opções Ferro-Marítima, para o porto de Santos-SP e Ferro-Fluvial-Marítima, pelo porto de Vila do Conde-PA, ambas com destino à China, no escoamento da produção de grãos do Mato Grosso, já considerando a hipótese de utilização das ferrovias atuais e futuras.

Observe-se que nesse hipotético cenário há um relativo equilíbrio entre as alternativas logísticas, assim consideradas, em que pese a distância em milhas marítimas de quem parte da área Norte seja maior, considerando a rota Atlântico Equatorial/Sul, via Sul da África até a China.













Link do Youtube relativo à tela acima:


CAVALO-FERRO

No mapa em questão há referência às duas ferrovias, ainda em projeto, quais sejam, a FERROGRÃO, pelo lado Norte (com 933 KM) e a extensão da FERRONORTE/Malha Norte Rumo até a cidade de Lucas do Rio Verde-MT(com 600 KM).

Cumpre informar que, pelo lado da opção SUDESTE, a extensão de 600 KM foi pactuada como contrapartida pela renovação antecipada da Ferrovia Malha Paulista, pela empresa Rumo Logística, que já poderia ter iniciado as obras, caso não pairassem dúvidas suscitadas no âmbito do Ministério da Infraestrutura, de que poderiam surgir questionamentos no TCU sobre a modelagem de aditivo contratual para execução da obra, enquanto que, pelo lado da opção Norte, a FERROGRÃO ainda não foi objeto de publicação do edital, numa modelagem Greenfield, na qual o investidor terá que arcar com todos os custos de implantar do zero a estrutura ferroviária.

FERRO X RODO-FLUVIAL-MARÍTIMO (cenário atual)

Nas condições atuais há ferrovias operando em direção ao porto de Santos-SP, partindo da cidade de Rondonópolis-MT e na direção Norte, um sistema rodo-fluvial-marítimo.

Portanto, na direção do porto de Santos, os grãos seguem pela via rodoviária até o terminal rodoferroviário de Rondonópolis-MT, que dispõe de capacidade instalada para transbordo de 100 caminhões/hora, sendo presentemente o maior terminal ferroviário da América Latina.

A DISPUTA NORTE-SUDESTE NO CENÁRIO ATUAL

No segundo mapa há um comparativo de fretes para o escoamento dos grãos, partindo de Mato Grosso em direção à China, no qual se vê, nitidamente, que a opção Norte leva considerável vantagem, caso contrastada com a via rodoviária ao porto de Santos-SP.

No entanto, quando se vê comparada com os modais rodoferroviário para o mesmo porto de Santos, tal vantagem sofre significativa redução e levando-se em conta os anúncios que têm sido veiculados sobre pesados investimentos na rota ferroviária das MALHAS NORTE E PAULISTA, com trens de 120 vagões, num sistema Double Stack com a ampliação da sua atual capacidade de 35 milhões toneladas/ano para 100 milhões tons/ano com uma redução prevista de 40% no preço do frete, por certo a opção Norte perderá em vantagem comparativa.

Mesmo assim, tendo em conta os pesados investimentos privados que já foram realizados na rota Norte, sem dúvida ela continuará a ser bastante utilizada e talvez apenas não venha a ter o crescimento exponencial que as expectativas tão, festejadamente, apontavam.


FATORES DE INFLUÊNCIA A CONSIDERAR

Nesses prognósticos de cenários (que são como nuvens no céu, constantemente em movimento) outros fatores e variáveis podem vir a ter relevantes influências, sendo no Arco Norte o aprofundamento dos canais de acesso oceânicos para passagem de navios maiores, o que poderá, finalmente, viabilizar a ainda não utilizda rota para a Ásia, pela via do Canal de Panamá, bem como as novas ligações ferroviárias aos portos (FERROGRÃO), a derrocagem dos pedrais no rio Tocantins, a ampliação da capacidade portuária (área de Belém e entorno) e ainda a entrada em operação da antiga Ferrovia Norte-Sul, da FICO-Ferrovia de Integração do Centro-Oeste e da FIOL-Ferrovia de Integração Oeste-Leste, nestas o destaque para as potencialidades do porto de Itaqui-MA e projetos de novos portos naquela região.




















OS PORTOS DO ARCO NORTE/AMAZÔNICOS TERIAM EM 2020 EMPATADO, NA MOVIMENTAÇÃO DE GRÃOS, COM OS DEMAIS PORTOS DO PAÍS?  UM FESTEJADO EQUÍVOCO


Após notícias desencontradas e equivocadas, que levaram até um titular de Pasta a compartilhar a informação, logo viralizada, de que os portos do chamado ARCO NORTE teriam empatado com o somatório dos demais portos do Brasil, na movimentação de grãos, no que foi reverberada, num efeito dominó na web, inclusive em blogs e sites especializados, chegando até um grande órgão da mídia convencional a publicar que os portos amazônicos é que teriam logrado alcançar esse inédito feito, o que gerou regozijos até mesmo de renomados, mas inadvertidos experts da área, essa matéria da CNA-Confederação Nacional da Agricultura, finalmente, recoloca os fatos em seu devido lugar, com detalhados esclarecimentos.

Ocorre que a movimentação dos produtos no Arco Norte inclui os portos interiores que servem para transbordos a outros portos que, por sua vez, promovem a efetiva exportação.

Daí, se os dados não forem objeto de filtragem, separando as finalidades, a mesma partida de produtos (no caso grãos) poderá ser computada em duplicidade, dando a impressão, pelo menos aos mais desavisados, de que teria havido um aumento expressivo na movimentação na região. Na área norte, diversos os portos do rio Tapajós e do rio Amazonas têm essa função de transbordo com destino a outros portos de acesso oceânico. 

LINK DA MATÉRIA DA CNA COM O TÍTULO: 

 "10/05/2021

Estudo da CNA mostra que exportação de soja e milho pelos portos do Arco Norte cresceu 487,5% em 11 anos"

https://www.cnabrasil.org.br/noticias/estudo-da-cna-mostra-que-exportacao-de-soja-e-milho-pelos-portos-do-arco-norte-cresceu-487-5-em-11-anos?fbclid=IwAR1bHQ7knKN-c9PSVcLzoIzJAywqxfg3HgHGK-9HtSTXZGelRbzMELFaMaM


EXCERTO DA MATÉRIA DA CNA:

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"Cenário 2020 – No ano passado o Brasil produziu 227,4 milhões de toneladas de soja e milho, sendo as regiões acima do Paralelo 16 responsáveis por 148,6 milhões de toneladas ou 65,3% desse total. Já a produção de grãos abaixo do Paralelo 16 foi de 78,8 milhões de toneladas (34,7%), segundo os dados da CNA.

Com relação às exportações, em 2020 o país embarcou cerca de 133 milhões de toneladas de soja e milho. Os portos do Arco Norte responderam por 31,9% ou 42,3 milhões de toneladas desse total e os da região Sul e Sudeste por 68,1% ou 90,4 milhões de toneladas.

Os portos que mais embarcaram grãos em 2020 foram Santos com 42,2 milhões de toneladas (31,8%), Paranaguá/Antonina com 22,5 milhões de toneladas (16,9%) e Rio Grande com 12,1 milhões/ton (9,1%), nas regiões Sul e Sudeste. No Arco Norte foram o Sistema Belém/Guajará com 13,7 milhões/ton (10,3%) e São Luís/Itaqui/PDM com 12,1 milhões/ton (9,1%)."

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O ARCO NORTE

Convencionou-se que os portos que ficam ao norte do Paralelo 16', que passa na altura da cidade de Lucas do Rio Verde-MT seriam conhecidos como Portos do ARCO NORTE, englobando as unidades portuárias desde o Estado de Rondônia até o porto de Ilhéus, na Bahia.

O movimento de exportação desses portos é que a matéria da CNA refere como tendo tido, em 11 anos, um aumento de 485,7%, que foi um crescimento extraordinário, mas diferentemente do que foi veiculado anteriormente, esse movimento na exportação de grãos não empatou com os demais portos do país, ficando apenas em torno de 31% das exportações totais.


O PORTO DE SANTOS

Para se ter uma ideia da dimensão do nosso maior porto, na exportação de grãos, somente agora o somatório do movimento de todos os portos do chamado ARCO NORTE logrou empatar com o movimento do porto de Santos-SP, que por sua vez teve, também, um crescimento extraordinário e pelos investimentos que estão em curso, como a ampliação de capacidade da Malha Ferroviária Paulista (de 35 milhões de tons/ano para 100 milhões) e sua conexão com as Ferrovias Malha Norte e Tramo Central da antiga Ferrovia Norte-Sul, aliado ao aumento de sua capacidade operacional, em terra e na acostagem de navios maiores, dificilmente cederá a liderança na exportação de grãos, apesar de não serem favas contadas, pois muita água ainda passará.

No Maio de 2021

ASJ


LINKS DE MATÉRIAS RELACIONADAS AO TEMA ABORDADO



1)   

Portos do Arco Norte reduzem custos, aumentam produtividade e agora exportam metade da produção de grãos do Brasil



https://ibl.org.br/portos-do-arco-norte-reduzem-custos-aumentam-produtividade-e-agora-exportam-metade-da-producao-de-graos-do-brasil/


 
2)  

segunda-feira, 12 de abril de 2021

ARCO NORTE DA LOGÍSTICA AMPLIAÇÃO NO MOVIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE GRÃOS ENTRE 2019 E 2020

http://aurelinojr.blogspot.com/2021/04/arco-norte-da-logistica-ampliacao-no.html




sábado, 8 de maio de 2021

LUZ AMARELA NO COMEX PARAUARA, EM PLENA FESTA DAS COMMODITIES. EXPORTAR IMPORTA MESMO?

 






LUZ AMARELA NO COMEX PARAUARA, EM PLENA FESTA DAS COMMODITIES.

EXPORTAR IMPORTA MESMO?

EXPORTAÇÕES EM QUEDA PARA OS DESTINOS AMÉRICA DO SUL, AMÉRICA DO NORTE E EUROPA




NOS QUADROS ANEXOS IDENTIFICA-SE A DEFASAGEM DAS EXPORTAÇÕES PARAUARAS PARA OS SEGUINTES DESTINOS:

AMÉRICA DO SUL, AMÉRICA DO NORTE E EUROPA, NA SEGUNDA METADE DA DÉCADA DE 2011 A 2020.

TAL FATO OCORREU NUM CENÁRIO EM QUE HOUVE FORTE ACRÉSCIMO NO TOTAL DAS EXPORTAÇÕES, NO QUAL EM 2020, FOI SUPERADA A MARCA INÉDITA DOS US$ 20 BILHÕES DE DÓLARES.

NOS TRÊS DESTINOS EM REFERÊNCIA, ADOTANDO A MÉDIA COMPARATIVA ENTRE OS DOIS QUINQUÊNIOS DA REFERIDA DÉCADA, IDENTIFICA-SE UMA DEFASAGEM ANUAL NA ORDEM DE (-)US$ 1,55 BILHÕES DE DÓLARES, O QUE PERFAZ NO ACUMULADO DOS ANOS DE 2016 A 2020, UMA FRUSTRAÇÃO DE VENDAS ESTIMADA EM (-)US$ 7,77 BILHÕES DE DÓLARES QUE DEIXARAM DE ENTRAR NA ECONOMIA DO ESTADO.

TENDO EM CONTA QUE A PAUTA DE PRODUTOS EXPORTADOS PARA ESSES DESTINOS NÃO É CONSTITUÍDA, NA MAIOR PARTE, DE COMMODITIES MINERAIS E AGRÍCOLAS E SIM DE PRODUTOS DE MAIOR VALOR AGREGADO, AINDA QUE SE FESTEJEM AS MARCAS TOTAIS ATINGIDAS PELO COMEX, HÁ QUE SE IDENTIFICAR A CAUSA DESSA DEFASAGEM, QUAIS OS PRODUTOS QUE MENOS FORAM EXPORTADOS, QUAIS LOCAIS DO ESTADO MAIS PERDERAM VENDAS EXTERNAS E, PRINCIPALMENTE, QUAIS OS FATORES QUE INFLUENCIARAM ESSA RETRAÇÃO, QUE SE ACENTUOU A PARTIR DO ANO DE 2016.

ACENDA-SE A LUZ AMARELA, ENQUANTO HÁ TEMPO.


ASJ














































COMEX PARÁ - A DÉCADA 











segunda-feira, 12 de abril de 2021

COMEX PARAENSE - PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021 - COMPARATIVO TENDÊNCIAS DÉCADA 2011 - 2020

COMEX ESSENCIAL

EXPORTAÇÕES PARAENSES

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021 - COMPARATIVO TENDÊNCIAS DÉCADA 2011 - 2020

DESTINOS ÁSIA(exclusive Oriente Médio) E DEMAIS BLOCOS COMERCIAIS







COMEX PARAUARA - 1º TRIMESTRE 2021

EXPORTAÇÕES TOTAIS NO REFERIDO TRIMESTRE:

US$ 6.432.856.962


EXPORTAÇÕES COM DESTINO AO BLOCO COMÉRCIAL ÁSIA (exclusive Oriente Médio), REPRESENTANDO 72,77277408% DO TOTAL DAS EXPORTAÇÕES DO ESTADO DO PARÁ NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021

US$ 4.681.368.464

DESTINO ÁSIA (exclusive Oriente Médio)

A participação desse bloco comercial na pauta exportadora parauara vem crescendo ao longo da década, encerrada no ano de 2020, sendo que, de forma acentuada, a partir do ano de 2017, tendo no ano de 2020 ficado em 73,88861625% e pelos dados do primeiro trimestre de 2021, parece continuar a observar essa tendência.












DEMAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES PARAENSES

NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021, AS EXPORTAÇÕES PARA OS DEMAIS DESTINOS, FORA ÁSIA, PERFIZERAM O MONTANTE DE

US$ 1.751.488.492, CORRESPONDENDO AO PERCENTUAL DE 27,22722592%, DO TOTAL DAS VENDAS EXTERNAS DO PARÁ, NO REFERIDO TRIMESTRE.


ANO DE 2020

Em 2020 essa participação ficou em 26,11138375%, seguindo uma trajetória de baixa que se acentuou a partir do ano de 2017, sendo que no início da década esse percentual era muito maior, com uma média acima de 40%, com um pico de alta em 52,58457124%, no ano de 2015.


DÉCADA 2011 - 2020

EXPRESSIVAS QUEDAS DE PARTICIPAÇÃO DOS DEMAIS DESTINOS DA EXPORTAÇÃO DO PARÁ, NÃO SOMENTE EM PERCENTUAIS, MAS EM VALORES ABSOLUTOS EM BILHÕES DE DÓLARES DE FRUSTRAÇÃO DE VENDAS.

No ano de 2011, as exportações para os demais destinos, exclusive ÁSIA, foram de US$ 8.181.433.719 e no ano de 2016 de apenas US$ 4.795.598.185, sendo que, a partir de 2017 até 2020, ficaram em pouco acima de US$ 5 bilhões de dólares, ao ano.


COMEX - DESTINOS - DÉCADA DE 2010-2020



COMPARATIVO DAS MÉDIAS PERCENTUAIS DE PARTICIPAÇÃO DOS DEMAIS DESTINOS (EXCLUSIVE ÁSIA), NO TOTAL ANUAL DAS EXPORTAÇÕES PARAENSES, AFERIDAS EM DOIS QUINQUÊNIOS DA DÉCADA DE 2011 A 2020 


No comparativo entre as médias dos dois quinquênios da década de 2011 a 2020, temos:

PRIMEIRO QUINQUÊNIO DA DÉCADA (2011 - 2015)

MÉDIA DAS EXPORTAÇÕES ANUAIS DEMAIS DESTINOS(EXCLUSIVE ÁSIA):

US$ 6.847.160.069

SEGUNDO QUINQUÊNIO DA DÉCADA (2016 - 2020)

MÉDIA DAS EXPORTAÇÕES ANUAIS DEMAIS DESTINOS (EXCLUSIVE ÁSIA):

US$ 5.316.130.184

 

DEFASAGEM NO COMEX PARAENSE, EM RELAÇÃO AOS DEMAIS DESTINOS (EXCLUSIVE ÁSIA)

Essas médias comparativas nos quinquênios indicados evidenciam uma significativa retração anual nas vendas externas paraenses para os demais destinos, exclusive ÁSIA.

Em síntese, em que pese as exportações totais do Pará estejam apresentando significativos aumentos, no curso da década de 2011 a 2020, notadamente após o ano de 2016, as exportações para os demais destinos, exclusive ÁSIA, vêm apresentando reduções anuais, na média de  - US$ 1,53 bilhão de dólares


MARCAS RECORDES NAS EXPORTAÇÕES E NO SUPERÁVIT DA BALANÇA COMERCIAL PARAENSE

Concomitante às expressivas perdas ou retrações havidas nas exportações com destinos aos demais blocos comerciais, exceto ÁSIA, acentuadas a partir da segunda metade da década de 2011-2020, o Estado do Pará logrou, de forma inédita, ultrapassar em suas exportações totais do ano de 2020, a marca dos US$ 20 bilhões de dólares, assumindo no ranking nacional dos estados exportadores, a quarta posição e, pelo segundo ano consecutivo (2019-2020), manter a primeira posição entre os estados superavitários na exportação. E no corrente ano de 2021, parece preservar essa tendência.

Óbvio que tais extraordinárias e alvissareiras marcas atingidas no COMEX paraense devem ser objeto de justificados regozijos, bem como as relações comerciais com o bloco comercial ÁSIA devem ser incrementadas e, se possível, com uma diversificação de pauta para produtos de maiores valores agregados, a exemplo das exportações de Carne bovina resfriada/congelada para a China, que de 2019 para 2020 tiveram expressivo aumento, passando, respectivamente, de US$ 247 milhões de dólares, para US$ 414 milhões, o que pode ser considerado um notável feito, se comparadas com as exportações do boi vivo, que no mesmo período tiveram significativas reduções.

No entanto, ainda que se fomente essa diversidade de pauta para o mercado asiático, não se deve, de modo algum, descuidar dos demais destinos, notadamente pelo fato assaz relevante de que nesses outros mercados não há preponderância de commodities minerais e agrícolas, como do asiático.

 

 CONCLUSÃO

A defasagem na pauta de exportações paraenses para os demais destinos, exclusive ÁSIA, deve merecer uma acurada atenção, tanto por parte das entidades empresariais, como pelos órgãos governamentais, de maneira que se procedam estudos para identificar, de forma detalhada, quais os destinos (blocos e países) que tiveram maiores retrações de vendas e os produtos de nossa pauta produtiva que foram mais afetados, bem como quais os municípios que mais sofreram perdas nas suas pautas de exportações.

Devem, também, ser identificados e mapeados outros fatores que estejam afetando a dinâmica dessas exportações, a exemplo de entraves burocráticos, logísticos e de infraestrutura.

A obtenção dessas informações poderá viabilizar um mapeamento que servirá de guia para planejamentos e decisões, tanto no âmbito privado como governamental, objetivando mitigar ou debelar as causas, bem como orientar decisões que venham a incrementar a nossa pauta exportadora para esses blocos comerciais. 

ABRIL 2021


Aurelino Santos Jr








ARCO NORTE DA LOGÍSTICA AMPLIAÇÃO NO MOVIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE GRÃOS ENTRE 2019 E 2020

 

ARCO NORTE DA LOGÍSTICA

AMPLIAÇÃO NO MOVIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE GRÃOS ENTRE 2019 E 2020

De 2019 para 2020, os portos do ARCO NORTE ampliaram sua participação na exportação nacional de grãos, saindo de 28,8% em 2019, para 31,8%, em 2020, aumentando, respectivamente,  de 37.326.226 tons para 42.319.087 tons, empatando com o porto de SANTOS-SP, o  maior do país na exportação de grãos, que ficou em 42.163.280 tons.

A denominação de PORTOS DO ARCO NORTE abarca desde os portos exportadores de Itacoatiara, no Amazonas, até o de Ilhéus na Bahia, tomando-se como parâmetro de demarcação os portos que se localizam ao Norte geográfico do Paralelo 16", que passa nas imediações da cidade de Lucas do Rio Verde-MT

O aumento da participação dos PORTOS DO ARCO NORTE, nas exportações brasileiras de grãos, tem seguido uma tendência que se originou a partir da expansão da fronteira agrícola para o Norte do Estado do Mato Grosso e para a região conhecida como MATOPIBA, que compreende as iniciais dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Tal tendência acentuou-se na década de 2011-2020, fortemente impulsionada pelo congestionamento dos portos da Região Sudeste, assim como pela maior distância desses portos das novas áreas plantadas, agravada, ainda, pela precariedade do transporte ferroviário e pela forte dependência da matriz rodoviária no acesso aos referidos portos, o que motivou a decisão por investimentos na rota norte em direção aos rios da Amazônia, com a construção de uma infraestrutura de transbordo rodo-fluvial no rio Tapajós, com acesso pelas Rodovias BR-163 e BR-230 (Estações de transbordo de Miritituba), na rota fluvial Tapajós/Amazonas em direção aos portos de Santarém-PA, Barcarena-PA e Santana-AP, além de outra rota pelos rios Madeira/Amazonas, via Porto Velho-RO até o porto de Itacoatiara-AM, esta pioneira na opção ARCO NORTE Amazônico.

Pela citada região do MATOPIBA, o incremento deu-se pela entrada em operação da parte setentrional da Ferrovia Norte-Sul, entre Porto Nacional-TO e Açailândia-MA, com direitos de passagem pela Ferrovia de Carajás até o porto de ITAQUI-MA.

A virada para o ARCO NORTE tem configurado uma tendência crescente e aparentemente irreversível para viabilizar a exportação com menor custo logístico da produção agrícola do Mato Grosso e da região do MATOPIBA, em que pese para o lado da Região Sudeste os investimentos tenham voltado a se intensificar, notadamente, os ferroviários, com a modernização e expressiva ampliação, já em curso, da capacidade operacional da Malha Ferroviária Paulista e sua interligação com a Malha Norte (atualmente até Rondonópolis-MT, mas com projeto de extensão mais ao Norte, até a cidade de Sorriso-MT, no miolo do Agro do Mato Grosso),bem como com o Tramo Sul-Rumo da antiga Ferrovia Norte-Sul e na ampliação e modernização da infraestrutura portuária daquela região. Investimentos esses públicos, mas desta feita também privados e de grande monta.

Os cenários estão em movimento.

Abril 2021

ASJ


P.S. No quadro demonstrativo das exportações, via portos, não foram elencadas as instalações portuárias do rio Tapajós, em Miritituba, no município de Itaituba e Santarenzinho-Rurópolis-PA, tampouco o porto de Porto Velho no rio Madeira, que mesmo sendo portos amazônicos localizados no ARCO NORTE e  movimentando milhões de toneladas de grãos, tão-somente, funcionam como estações de transbordo rodo-fluviais, de grãos destinados a portos de exportação, sob pena de, ao incluí-los nas estatísticas, equivocadamente, computar-se em duplicidade as toneladas de grãos neles movimentadas o que poderia levar à falsa ideia de que o chamado ARCO NORTE estaria exportando maiores quantidades de grãos do que realmente está.


Fontes do quadro:

ANEC -  Associação Nacional dos Exportadores de Cereais

https://anec.com.br/

Estatísticas ANEC:

https://anec.com.br/uploads/ckjlur6kg000k5stx5u89bux3.pdf?fbclid=IwAR3wSGGhh5t8Dac5x72boLkuS0TOPxn3T6VpAOtKwDXlg6grMS5ODnCGWLc



P.S. 2  

Links relativos ao tema:


1) PORTOS E NAVIOS

Portos amazônicos vão desbancar os do restante do País no transporte de grãos


Link:

https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/portos-amazonicos-vao-desbancar-os-do-restante-do-pais-no-transporte-de-graos?utm_source=newsletter_9703&utm_medium=email&utm_campaign=noticias-do-dia-portos-e-navios-date-d-m-y

EXCERTO DA MATÉRIA:

"Todos os olhos se voltam para o Norte. Pela primeira vez, os portos do chamado “Arco Norte”, localizados na região amazônica, desbancaram a preferência dos gigantes do Sudeste e Sul do País e se igualaram como destino dos grãos, com 50% cada, se considerada a movimentação portuária verificada em 2020 pelo agronegócio. A expectativa é que, neste ano, a movimentação nesses portos ultrapasse a do restante do País, já que a média de avanço anual tem sido de 4%."



2) CNN

Portos amazônicos vão desbancar os do restante do país no transporte de grãos

Portos do chamado Arco Norte se igualaram com outros do sul e sudeste como destino da produção

Estadão Conteúdo
11 de abril de 2021 às 16:54

Link:

https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/04/11/portos-amazonicos-vao-desbancar-os-do-restante-do-pais-no-transporte-de-graos?utm_source=social&utm_medium=facebook-link&utm_campaign=business--cnn-brasil&utm_content=link&fbclid=IwAR1GunBexTivu2fK0kR5aG1KrNH2j9WruoQ6ZMl4VtD2kHZSOC7annUPFjw


EXCERTO DA MATÉRIA:


"Todos os olhos se voltam para o Norte. Pela primeira vez, os portos do chamado “Arco Norte”, localizados na região amazônica, desbancaram a preferência dos gigantes do Sudeste e Sul do país e se igualaram como destino dos grãos, com 50% cada, se considerada a movimentação portuária verificada em 2020 pelo agronegócio. A expectativa é que, neste ano, a movimentação nesses portos ultrapasse a do restante do país, já que a média de avanço anual tem sido de 4%.

Até dez anos atrás, terminais portuários de cidades como Itaituba, Santarém e Barcarena (PA), Santana (AP), Itacoatiara (AM) e Porto Velho (RO) eram tratados como “experiências” logísticas pela maior parte dos produtores de Mato Grosso, dada a precariedade - ou mesmo a inexistência - da infraestrutura de acesso aos terminais. Hoje, esses endereços se consolidaram como alternativa aos terminais de Santos (SP) e Paranaguá (PR)."



















 


terça-feira, 6 de abril de 2021

UMA REFORMA TRIBUTÁRIA CADA VEZ LONGE DEMAIS.

 

UMA REFORMA TRIBUTÁRIA RACIONAL, EQUILIBRADA E ADEQUADA ÀS MÚLTIPLAS REALIDADES NACIONAIS, CADA VEZ LONGE DEMAIS.

PARODIANDO O QUE HENRI LEFEVBRE(*) DISSE SOBRE A QUESTÃO URBANA, A DISCUSSÃO SOBRE A QUESTÃO DA TRIBUTAÇÃO E SUAS MÚLTIPLAS TENTATIVAS DE REFORMAS É TÃO IMPORTANTE, MAS TÃO IMPORTANTE MESMO, QUE ELA NÃO PODE FICAR RESTRITA, TÃO-SOMENTE, NO ÂMBITO DOS JURISTAS, ECONOMISTAS, CONTADORES, EMPRESÁRIOS, ETC..

DEVEM, POIS, ENGAJAR-SE NOS DEBATES TODAS AS PROFISSÕES E ATIVIDADES QUE, EM SUA ABRANGÊNCIA, ALCANCEM ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS, COMO OS ANTROPÓLOGOS, SOCIÓLOGOS, ASSISTENTES SOCIAIS, ENFIM TODA A SOCIEDADE.


                                       NO ENTANTO, JAMAIS DURANTE UMA PANDEMIA.

(*) https://revistacafecomsociologia.com/revista/index.php/revista/article/view/1000?fbclid=IwAR1vYZ4uGJp991V6ytafcS5JWQ2RyGZn3npCr1Hwe22PKnJ-SNeB-TsYJDo


segunda-feira, 5 de abril de 2021

REMEMÓRIAS PROFISSIONAIS, SEMPRE ESPECIAIS - AMIGO DESCONHECIDO, A MÚSICA

 

       


  AMIGO DESCONHECIDO, A MÚSICA


Quando escutei pela primeira vez essa indescritível e inefável melodia era uma sexta-feira numa noite de janeiro de 1987 (a música é de 1982) e estava em um taxi seguindo pela Av Afrânio de Melo Franco, no caminho entre um hotel no Leblon-RJ e o recém badalado point da Zona Sul, o Baixo Gávea, que substituíra o icônico e festejado Baixo Leblon (quem sabe eu te encontro.....), o qual eu frequentava pelos idos de 1981/82, quando residia no Rio, por ocasião de minha especialização na FGV.

Tinha sido uma semana de intenso trabalho no prédio da Praia de Botafogo nº 300, em uma temporada de quase um mês, na qual os desafios profissionais passavam por estudar, pesquisar e orientar, juridicamente, as áreas tributárias das empresas do conglomerado de Mineração, Metalurgia, Papel, Celulose e Alimentos, na área Norte (PA/AP), mas numa harmônica cooperação/interação com os preclaros e inolvidáveis colegas advogados e contadores das demais empresas do grupo na Região Sudeste (os problemas eram comuns), na tentativa de mitigar os impactos que se agravavam, na medida em que, o antes festejado, plano de estabilização econômica, alcunhado de “Plano Cruzado”, chegava aos seus estertores, nascido que fora no 28 de fevereiro de 1986.

Daí, como hoje dizem: Finalmente “Sextou” e aos acordes dessa incrível música, “Amigo Desconhecido”, a mente viajou fixando, como num filme, o cênico no entorno e as lembranças daquela sexta, que no dizer dos psicólogos, marca a mente para além do tempo, no chamado “empareamento” ou “pareamento”, a cada vez que se volta a escutar. E isso vale para perfumes e outros fatos que, ao se repetirem, nos avivam as melhores lembranças, mas que Pavlov tão bem soube utilizar em suas famosas experiências com o condicionamento de roedores.

Afinal “Somos seres vibrando força e beleza cósmicas, mundos estranhos em movimento que, de repente, podem se tocar, na dança da precisão do acaso..”

Desce o pano

Na Terra é pleno Abril, mas desta feita deste desafiante e incerto 2021

 ASJ  


https://www.youtube.com/watch?v=mD1Y0OBTa5g













domingo, 28 de março de 2021

MUNDO DA TRIBUTAÇÃO, UMA REFORMA LONGE DEMAIS

MUNDO DA TRIBUTAÇÃO, UMA REFORMA LONGE DEMAIS(*)

Depois de crescer ouvindo, diuturnamente, falar de tributação e reforma (meu pai era da área Fazendária Federal e foi da equipe de dirigentes que implantou a SRF), de quanto o imposto de renda era o mais justo por incidir progressivamente sobre os mais abastados e, por mais de quarenta anos, lidar, profissionalmente, com a matéria tributária, em mais da metade desse tempo, como advogado/consultor/assessor em tributação de um conglomerado de empresas de grande porte e, posteriormente, ter passado pela administração fazendária municipal, participando e assistindo debates e debates em muitos eventos sobre a tão alardeada necessidade de REFORMA TRIBUTÁRIA (alguém já falou até em reconstrução), por todo esse tempo, o tema não saiu da ordem do dia, sempre turbinado por opiniões e opiniões de especialistas e especialistas, que se revezam em elogios, críticas e sugestões de toda sorte, reverberando sempre o mesmo termo REFORMA, REFORMA E REFORMA. Eternas reformas.

Reforma da reforma da reforma e da reforma, em esperançosos e redentores IVA's e IVA's, em "enlatados 'ben cantato' da vida".

O país das eternas reformas ou já seriam remendos?

De quebra, nos tempos e da hora, mais uma REFORMA TRIBUTÁRIA ou seria, desta feita, uma super-reforma, um "reformão"?

Daí já poderíamos cognominar, carinhosa e tributariamente, de REMENDÃO?

Sobe o pano 

Na terra é quase ABRIL

 ASJ


(*)  Parodiando "A Brigde Too Far"

       Grato Cornelius Ryan e Richard Attenborough



https://www.youtube.com/watch?v=PJ4pVhQzivY









P.S.  .....................


terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

ANALYTICAE IN COMEX EXPORTAÇÕES PARAUARAS - DESTINOS ÁSIA E DEMAIS PAÍSES

 

ASJ - 2021





Na escalada de exportações entre os anos de 2010 e 2020 há um expressivo aumento do montante, em bilhões de dólares, sendo que neste último ano de 2020, o Estado do Pará logrou atingir, pela primeira vez, a quarta colocação no ranking dos maiores estados exportadores, ultrapassando a faixa de US$ 20 bilhões de dólares  e no quesito superávit (entre exportações e importações), mantém, desde o ano de 2019, o primeiro lugar do país, acima de US$ 19 bilhões.

Uma marca, realmente, relevante que merece regozijos.


DESTINO ÁSIA

Por outro lado, também se denota da série 2010 - 2020, um expressivo aumento nas exportações destinadas ao BLOCO COMERCIAL ÁSIA, sendo até mais expressivo, proporcionalmente, do que o aumento de suas exportações totais, saindo de US$ 6,2 bilhões de dólares em 2010, para US$ 15,1 bilhões em 2020, o que significa quase triplicar, alcançando a marca participativa nas exportações gerais do Estado, na faixa de 73%.


DEMAIS DESTINOS DA PAUTA EXPORTADORA

No sentido inverso, as exportações para os demais países, que em 2011 atingiram o ápice de US$ 8,1 bilhões de dólares, no ano de 2020 ficaram em US$ 5,3 bilhões, representando a participação percentual na ordem de 26% do total das exportações do Estado.


PONDERAÇÕES

O crescimento da pauta total das exportações parauaras e o alcance de marcas inéditas configuram um fato de capital e indiscutível e alvissareira relevância. 

No entanto, o declínio havido na participação dos demais destinos da pauta exportadora,  não somente percentual, mas em números absolutos bem menores em bilhões de dólares anualmente, somados ao irretorquível fato de que nesses demais destinos há uma maior participação de produtos manufaturados (indústria de transformação), mesmo semielaborados, enquanto que no destino ÁSIA há absoluta preponderância de produtos de menores valores agregados (commodities minerais e agrícolas), há que se acender um inegável alerta para essa, pelo menos, até agora, inclinação ou tendência.

Daí, dentro desse enfoque, há que se proceder uma varredura ou análise em quais destinos (blocos e países), na série dessa década cheia, estão ocorrendo maiores defasagem na pauta exportadora, com o objetivo de uma ação dirigida na mitigação de suas causas.

Com a palavra as entidades privadas e governamentais que poderiam se unir nessa empreita, tão logo cessem os merecidos e naturais brindes e regozijos pelas formidáveis marcas atingidas.

Muito trabalho pela frente.


Fev/2021

Aurelino Santos Jr. (ASJ)

 


To be continued.............