Esse
rio é minha rua* - Esse rio é minha vida
Uma característica que reputo
ímpar na cidade de Belém do Pará, dentre todas as cidades brasileiras de porte similar, é a sua
inter-relação com o rio.
Sim, pois se observarmos bem, veremos que Belém é uma passagem quase obrigatória das regiões sul e nordeste do Estado (ligadas por via rodoviária) para os municípios que se comunicam pela via fluvial. Sem falar que o seu próprio território e os dos municípios no seu entorno, são, preponderantemente, constituídos de área insular. A própria Belém tem mais áreas de ilhas do que continental.
Sim, pois se observarmos bem, veremos que Belém é uma passagem quase obrigatória das regiões sul e nordeste do Estado (ligadas por via rodoviária) para os municípios que se comunicam pela via fluvial. Sem falar que o seu próprio território e os dos municípios no seu entorno, são, preponderantemente, constituídos de área insular. A própria Belém tem mais áreas de ilhas do que continental.
Essa característica de
inter-ligação rodo-fluvial, não ocorre com a mesma intensidade em nenhuma
cidade de outras regiões brasileiras, pois é típica de cidades da
Amazônia. E mesmo na Amazônia só ocorre,
nesta escala, quero dizer, envolvendo o deslocamento de populações que
ultrapassam a casa dos três milhões, no conglomerado de Belém e seu entorno.
Link da foto: http://www.panoramio.com/photo/73720545?tag=best
Aurelino Santos Jr - Imagem capturada durante a travessia para a Ilha do Maracujá, indo para o lançamento do fascículo " nº 29 – Pescadores e Extrativistas das ilhas ao Sul de Belém" da NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DA AMAZÔNIA, em 17 de outubro de 2010.
Link da foto: http://www.panoramio.com/photo/73720545?tag=best
Aurelino Santos Jr - Imagem capturada durante a travessia para a Ilha do Maracujá, indo para o lançamento do fascículo " nº 29 – Pescadores e Extrativistas das ilhas ao Sul de Belém" da NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DA AMAZÔNIA, em 17 de outubro de 2010.
Todas as cidades da Amazônia têm
essas características, mas somente em Belém ocorre em alta escala, sendo em
menor intensidade em Manaus-AM, que embora mais populosa que Belém, se compararmos
apenas os habitantes do município, detém 80% da população de todo o Estado do
Amazonas, enquanto que Belém tem, apenas, cerca de 28% da população do Pará.
Nas demais cidades, essa inter-relação com o fluvial, ocorre em menor escala.
Portanto, Belém é ímpar, neste aspecto, e como tal deveria ser tratada pelas
políticas públicas.
O primeiro passo, é reconhecer
essa singularidade de Belém, onde a melhor tradução consiste na bela poesia
musical da expressão: "esse rio é minha rua", legado pelo nossos
"Barata", pai e filho*. E, neste ponto, os elos de circulação entre
as "ruas fluviais" e as terrestres, são os nossos múltiplos portos,
de todos os tamanhos, onde, diariamente, fluem as pessoas e mercadorias, num
ir-e-vir, constante, de intensidade tal, que
nenhum estudo e estatísticas conhecidos, capturaram seus reais números
e dimensões, bem como a verdadeira "teia" viva que os movimenta.
Essa relação
rio-porto-cidade-estrada, mereceria, por parte dos urbanistas e outros
estudiosos, um olhar especial sobre suas peculiaridades, a partir da conclusão
de que, nestas paragens o urbano é completamente diferenciado.
Todas as cidades do mundo interagem com seu entorno, com maior ou menor intensidade, como uma "teia" em constante movimentação, mas, com estas características entre o meio fluvial e terrestre, poucas, no mundo, são como Belém e com tendência a se intensificar, com o aumento natural das populações.
Todas as cidades do mundo interagem com seu entorno, com maior ou menor intensidade, como uma "teia" em constante movimentação, mas, com estas características entre o meio fluvial e terrestre, poucas, no mundo, são como Belém e com tendência a se intensificar, com o aumento natural das populações.
*Paulo André e Ruy Paranatinga Barata - Esse rio é minha rua -