quinta-feira, 12 de maio de 2016

A CONSPIRATA DE TODOS NÓS




A CONSPIRATA DE TODOS NÓS







Penso sempre institucionalmente, daí referir os arroubos passionais que se presenciam nos embates mais aguerridos entre "A" "B" ou "C", no melhor estilo de uma refrega dos "hooligans", na qual as pedras enlameadas jogadas de um lado são as mesmas juntadas e atiradas de volta para o outro lado, fazendo viva a expressão popular de que o "roto não fala do remendado" ou o "sujo do mal lavado", tal o nivelamento bem por baixo, numa disputa institucionalmente suicida que alguns preferem chamar, eufemisticamente, de "crise política".

A corrupção, por seu lado, sendo uma constante que ronda e espreita diuturnamente encontra num processo educativo, voltado apenas para aprimoramento técnico com predatória competição, por isso afastado do sentido de formação humanística, um campo altamente fértil para seu cultivo e como tal, sua "contaminação" não se restringirá jamais à uma só agremiação partidária, de que matiz seja, destra ou canhota (esquerda e direita já surrou nos ouvidos).

Essa verdadeira chaga social, antes de ser um problema coletivo, configura em seu enfrentamento uma verdadeira "batalha cotidiana interior" de cada um, em que pese, ultimamente, tenha sido recorrente o próprio corrupto de carteirinha ter como passatempo favorito dela mal falar, o que é insólito.

Mas nos embates e "quedas de braços" aquecidos pelos atritos dos momentos e épocas, as instituições democráticas e a consolidação civilizacional do aprimoramento do ordenamento jurídico (a busca de leis melhores e mais próximas da realidade) não podem ficar à mercê dessas intempéries, pois a desarrumação pela via conflitante tem sido profundamente deletéria e a história está repleta de exemplos nefastos.

Portanto, superar estes momentos de verdadeiro "sangramento", onde não parecem mais haver ganhadores, torna-se crucial e não vislumbro outra saída que não passe por uma grande reconciliação nacional, pois não antevejo um final feliz para ninguém do jeito que vai.
 
Valha-nos quem?

De quebra tenho visto muita indignação e desabafos vindos de todos os lados e matizes e faço um esforço descomunal para nunca radicalizar, buscando sempre compreender as razões e emoções a eles atrelados, mas, também, tento sempre enxergar, primeiramente, as causas e essências e menos personalizar as culpas, que aliás se existem pertencem a todos nós, como sociedade, que permitimos que tudo isso chegasse ao ponto que chegou.

31 DE AGOSTO DE 2016

ASJ

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