Lá pelos idos da segunda metade da década de 80, frequentemente passava temporadas trabalhando no prédio das Empresas CAEMI, no Rio, em Botafogo.
Numa dessas viagens, fui jantar com uma amiga muito querida, dos tempos da FGV, a Aline Gonzales Rocha que era, à época, do jurídico da cadeia de Hotéis Othon, e posteriormente ingressou na Procuradoria do Tribunal Marítimo. O Grupo Othon Bezerra de Mello, somente no Rio tinha 9 hotéis, dos cerca de 17 em todo o País.
Fomos ao Bar do Beto(*), que ficava na Rua Farme de Amoêdo, em Ipanema, que nos tempos em que lá morei, frequentava assiduamente. Mas, estava lotado e com gente em pé esperando.
Bem ao lado tinha um restaurante de comida alemã, o Baden Baden, que tinha fama de mais caro e estava quase vazio. Resolvemos ir lá. Eu comentei: Aline, se a conta for muito alta vamos usar o nosso poder de endividamento no dinheiro de plástico.
Como o restaurante estava vazio, o Maître nos deu uma atenção especial, o que deu a chance de conversamos um pouco mais com ele.
Ele disse que era de Maceió e estava há 25 anos no Rio de Janeiro e já tinha trabalhado em muitos lugares requintados, entre restaurante e hotéis, mas que o maior sonho dele era voltar para sua terra natal, porém não tinha muita esperança, em razão dos salários de lá serem muito abaixo do que conseguia no Rio.
Após essa conversa ele se afastou e nós prosseguimos atualizando a nossa conversa.
Num determinado momento eu olhei para aquele sujeito e parece que me deu um estalo e eu disse:
"Aline, você disse da outra vez que nos falamos que o OTHON tinha adquirido o Hotel Pajuçara de Maceió e que pretendia transformá-lo num 5 estrela. E aí? A obra já terminou?"
Ela disse que sim e que estava quase inaugurando e que eles estavam recrutando pessoal. E eu disse:
Lembra, uma vez, que você falou que no nordeste era difícil mão-de-obra especializada e ela disse: Foi!
Instintivamente, ambos olhamos para o Maitre e ela o chamou e entregou um cartão seu e pediu para ele procurá-la na segunda, na Rua Mayrinck Veiga nº 15, no Jurídico.
Cerca de 20 dias após, eu liguei para me despedir da Aline, pois estava retornando à Belém e perguntei:
Aline o Maitre lhe procurou ao que ela respondeu, sim era até prá ter lhe falado antes ele está fazendo exame médico e o chefe dos recursos humanos está entusiasmado, pois foi um achado, considerando que quando se leva gente especializada daqui sempre há a adaptação que é problemática, mesmo se pagando melhor.
Então eu disse: CARAMBA ALINE, foi mesmo? Puxa vida, já pensou se no Bar do Beto tivesse mesa vaga?
Meu DEUS, o sujeito tinha um sonho de 25 anos que era voltar para a terra dele e de repente foi atendido.
Estou com a impressão que nós fomos instrumentos de um desígnio de destino que DEUS reservava para ele.
É mesmo, eu tb fiquei muito impressionada e emocionada com isso, disse ela.
Não registrei o nome do sujeito e passados muitos anos, perdi o contado com a Aline.
Um forte abraço a todos
Aurelino Júnior
P.S. Felizmente reencontrei a Aline, muitos anos após, nas redes sociais
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Bar do Beto |
A casa é voltada para os admiradores de vinhos. Para isso, há estantes de madeira especialmente onde repousam os vinhos. Entre os mais pedidos estão: o chileno Concha Y Toro e o português Periquita. Zona Sul Endereço: Rua Farme de Amoedo, 51. Ipanema. Telefone: (21) 2523-1443 Funcionamento: Diariamente, das 11h à 1h. Bar do Beto Instagram: https://www.instagram.com/bardobetorj/
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Bar do Beto
Rua Farme Amoêdo, 51
Rio de Janeiro - RJ, 22420-020
(0xx)21 2523-1443
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