Montagem sobre fotos de Manoel Novaes/Iconografia
AMBOS ERAM HOMENS DOTADOS DE RARAS VIRTUDES DE ORDEM PESSOAL E POLÍTICA, ASSIM COMO DE ALTO GRAU DE BOM SENSO, SENSIBILIDADE, CAVALHEIRISMO E INARREDÁVEL RESPEITO À DIGNIDADE HUMANA.
Tancredo de Almeida Neves, em sua mineirice, sempre tinha um olhar, uma palavra, uma referência que transformava em exemplos dignificantes.
Certa vez, contam, dentre as muitas histórias sobre sua personalidade, na época em que estava constituindo sua equipe de governo para a Presidência da República que num grupo com vários deputados, ao se deslocarem para um determinado local, um deputado interpelou Tancredo da seguinte forma: "e resto do grupo, Presidente, vai de que?", ao notar, aparentemente, que havia mais gente do que o número de veículos disponíveis.
Tancredo o interrompeu quase rispidamente advertindo-o: "o resto não deputado, os demais"
Tancredo o interrompeu quase rispidamente advertindo-o: "o resto não deputado, os demais"
A expressão "os demais" em lugar de "o resto", num episódio, aparentemente, simples e corriqueiro, revela um forte traço de personalidade que é inerente às pessoas de sensibilidade e grandeza de atitude, que é a inafastável preocupação com a dignidade humana, constituindo um marcante exemplo que deveria a todos nortear.
* http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Politica/Jacareacanga
MAGO DA CONCILIAÇÃO
Tancredo, o político que consagrou a vida e a morte à democracia, é eleito presidente em 1985: deveres políticos não impediram lealdade a Juscelino (ao lado)
Fonte: http://veja.abril.com.br/030310/meu-caro-presidente-p-070.shtml
HISTÓRIAS MARCANTES
DISCURSO DE TANCREDO NEVES NO LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DA FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS DA FNM
Conta-se que durante o lançamento da pedra fundamental da Fábrica Nacional de Motores (FNM), Tancredo Neves teria pronunciado um premonitório discurso no qual, embora destacando a importância daquele empreendimento para a economia brasileira, pois afinal a indústria automobilística colocaria o Brasil no patamar de países industrializados, alertava para o seguinte fato:
" O transporte de cargas mais caro é o avião, logo após vem o caminhão, depois o trem e o mais em conta é o aquático (marítimo e fluvial), este desde que os portos e sua infraestrutura de apoio estejam adaptados. Se o Brasil não investir pesadamente nas outras modalidades de transporte, criando via férreas eletrificadas por hidrelétricas espalhadas por várias regiões, com bacias dos principais rios interligadas e um eficiente transporte multimodal, chegará um dia em que a economia será comandada pelo interesse do rodoviarismo, pois tudo dependerá do caminhão e isso representará um atraso nas imensas possibilidades que este país tem de se desenvolver."
Juscelino Kubitschek de Oliveira (Presidente de 31.01.1956 a 31.01.1961) pretendia concorrer às eleições presidenciais de 1965 e caso conseguisse, iria direcionar sua ousadia para esses projetos que Tancredo Neves se referira no discurso da FNM.
Na verdade, muitos desses projetos já tinham sido objeto de estudos por diversas organizações, inclusive de trabalhos acadêmicos, com especial destaque para a obra de Eduardo José de Moraes, em seu Plano Moraes, publicado, inicialmente, em 1869 e, posteriormente, na edição ampliada de 1894, que abordava a importância da navegação interior e sua integração com os demais modais ferroviário e rodoviário. Tais estudos apontavam as decisões políticas que, se tomadas, alavancariam o desenvolvimento socioeconômico brasileiro.
No entanto, em todos esses anos, as decisões cruciais não foram tomadas, tornando um país continental, com inúmeras potencialidades geoeconômicas, refém do transporte rodoviário à longa distância, tendo a navegação de cabotagem quase sido extinta, mesmo que a média de nossas maiores cidades, estejam no litoral ou geograficamente próximo dele.
Essa não opção pelos modais mais econômicos e sua integração, legou ao país um custo insuportável, não somente no preço dos fretes, mas também nos impactos ambientais que um país de dimensões continentais dependente de rodovias sofre, assim como o impagável custo humano, revelado em anos de estatísticas nefastas de nossa rodovias, além da perda de enormes oportunidades de se afirmar na competitividade internacional, pois, literalmente, essa espécie de "miopia" que acomete muitas gerações tem mostrado seus efeitos no fato de hoje o crescimento brasileiro ficar podado pelos grandes entraves logísticos, pois somos um país que não mais cabe na própria roupa.
Naturalmente que, naquela época, a questão ambiental não estava na ordem do dia, o que se destaca como relevante para discussão a matriz energética, com a opção feita pelas megas hidrelétricas com poucas eclusas que tem limitado um melhor uso da navegação fluvial, em vez de um aproveitamento mais racional de nossas potencialidades hídricas, com unidades menores, mas em maior quantidade e espalhadas pelo território nacional, assim como a interligação das bacias dos rios, já dimensionada desde os meados do século XIX.
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Imagem extraída de Pará Industrial - Revista do Sistema FIEPA
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Publicado por Jair Elias Junior.
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Brasil" MEU CARO PRESIDENTE..."
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