NAS BRUMAS DAS CONTEMPORANEIDADES
Nunca imaginei vivenciar em tempo real esse encadeamento de
fatos, cujas consequências influenciarão e repercutirão fortemente na
trajetória de nossa Nação e que serão, no futuro, objeto de estudos e análises.
Todas as grandes nações do mundo passaram por momentos
críticos, cruciais para o seu amadurecimento e muitas delas de forma
extremamente traumática. Me pergunto: o que ainda passaremos até que a areia
finalmente sente no fundo deste "aquário" verde louro que só balança
e até onde nos levará essa insana e cada vez mais cultivada litigância?
Antevejo que a ruptura havida alcançará dimensões que
atravessarão gerações em perdas de potencialidades e possibilidades de
consolidação de nossa trajetória como nação. A cada mapeamento que faço em
diversas áreas afloram dados e informações inquietantes que perpassam por uma
já inocultável desagregação que suplanta os efeitos econômico-financeiros
recorrentes em situações da espécie para amalgamar profundos e deletérios
impactos culturais.
Tudo o que estou presenciando passa como um filme em minha
mente, um filme cujo trailler já assistira quando ainda tinha cerca
de 20 anos, onde em conversas um amigo bem mais velho vaticinara para esse
risco potencial de uma débâcle num futuro, se nossas elites não
assumissem seu papel cultural que deveria ser a inafastável tônica na condução
da trajetória da Nação.
Estávamos, à época, no turbilhão ou no olho do furacão da
guerra geopolítica do petróleo desencadeada nos idos de 1973 e pelo menos
naqueles conturbados tempos, ainda que sob a égide de uma excepcionalidade institucional, muitas decisões ousadas foram tomadas no absoluto
interesse da "Nau Brasilis" e não contra, como sói acontecer nos tempos daqui e de agora.
No maio de 2017
ASJ
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