SEMPRE UM FELIZ ANO NOVO!
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Prezados(as) Passageiros(as) do
TEMPO
Estamos aqui e em todos os
lugares deste nosso tão velho mundo.
Oramos, rimos, choramos e
vivemos, intensamente, cada dia, num múltiplo suceder de momentos presentes, na
insustentável leveza das lembranças de inúmeros instantes anteriores
e na etérea expectativa de momentos do porvir.
Somos eternos prisioneiros do
tempus presente. Recordamos, vivamente, cada presente anterior,
ao qual não poderemos retornar por uma fração de segundo sequer e nem mesmo em sonhos.
Onde estão todos aqueles momentos
especiais de nossa vida que foram tão reais e tão presentes, no
tato e no olhar e que agora só conseguem impregnar nossa mente e nossos
corações com um turbilhão de incontáveis lembranças tão
presentes?
Nossa memória remete-nos à
realidades havidas hoje, ontem e longínquas. Mas qual, exatamente,
é a diferença entre um minuto e dez anos, no constante distanciar
daquilo que antes foi tão vivo e tão presente?
Onde se encontram, agora, aqueles
sorrisos e olhares, dos que nos foram tão próximos e tão queridos
e que, hoje, habitam apenas em nossa memória e em nossos saudosos
corações, mas que, em cada momento vivido, foram tão reais que ainda
podemos sentir o cheiro vindo de cada afago e de cada gesto de carinho?
Cada um dos que, efêmera ou
demoradamente, cruzaram nossos caminhos, deixou em nossas mentes
e em nossos corações, um pouco do melhor de si, de sua essência
humana, legando-nos, com sua indelével presença em nossas vidas, o que
hoje somos: o ouro mais puro de nossa razão de existência.
Essas pessoas especiais, que nos foram
tão queridas, continuam ainda vivas e presentes entre nós e a
forma como nos souberam cativar, forjou a ferro e fogo o melhor do que
hoje somos. Seu significado e ausência, marcando nossas vidas, deram-nos
a melhor chance de refletir sobre nós mesmos e sobre a enigmática razão de
ainda continuarmos aqui neste tempo tão presente.
Cada pessoa deste mundo abriga
dentro de si um universo inteiro, que, como num mundo dentro de mundos,
guarda a essência daquilo que de melhor existe em cada um de nós,
nossa capacidade de amar.
Somos, em nossa essência, uma
coisa, absolutamente, única e tal unidade parece compor a natureza
mais profunda do “amar ao próximo como a si mesmo”, trazida por um
Deus-Menino, nascido humano, apenas para nos lembrar que nossa
essência humana é parte inseparável da Essência Divina e com ela se
completa.
E é neste aprender e ensinar a
amar que reside esse Deus-Menino, nascido e renascido (natus et renatus), dentro de
nossos corações, a cada vez que nos permitimos lembrar de nossa
própria natureza humana, do desconhecido ao amigo mais leal,
reaproximando-nos ou religando-nos (religare) com o
Pai Nosso que está no Céu.
Aurelino Santos Jr
Dezembro de 2013
Atualizado para todos os dezembros vindouros.
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